Dia 13/52

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(Dia 13) Fizemos um programa em família, levamos bola e pernas pra beira da praia, e fomos caminhando, jogando, parando e explorando o ambiente (mais ou menos) no ritmo das crianças. Lá pelas tantas, o pequetito se sentiu em casa e saiu correndo na frente, não ouviu meus pedidos pra parar, não olhou pra trás, foi sozinho procurar mais uma árvore pra “subir igual o Tarzan”, sem se preocupar com os riscos de uma cidade tão grande. O menino, que estava do meu lado, ouviu meus gritos, viu minha irritação, meu susto e, assim que o pai saiu correndo atrás do pequeno fugitivo, ele disse, aflito: “mãe, você agora vai ter que dar um castigo pra ele.” Castigo? “Por quê? Você acha que assim ele vai aprender?” Ele disse sem pensar: “não, não vai adiantar nada, só vai servir pra ele ficar triste, mas as pessoas fazem isso.”

Eu, que já tinha visto o pequetito no colo do pai, me acalmei o suficiente pra esticar a conversa e perguntei: “quem faz isso?” Ele disse que todo mundo, as escolas, “quase todos os adultos que cuidam de crianças…” É verdade, eu admiti, e expliquei que a maioria deles faz assim por hábito, porque não sabe outro jeito, ou acha que não funciona de outro jeito… “Você sabe dizer o que que adianta, aliás? O que eu posso fazer com seu irmão?” “Conversar, mãe”. “Pois é… E por que você escuta as coisas que eu peço, agora que você tem 7 anos?” “Porque você me falou, conversou comigo”. “E eu falei uma vez só?” Ele riu e me avisou: “ah, não, você precisa falar com ele umas 20 mil vezes…”