Dia 12/52

dia 12.jpeg

(Dia 12) Não foi nada premeditado, e desse jeito, inclusive, costuma ser mais gostoso. Viajamos por pouco mais de duas horas para conhecer a casa nova do tio e, quando chegamos, a primeira coisa que fizemos dar uma volta a pé pelos arredores, reconhecer o espaço, ver o clima do lugar. Fazemos assim sempre que possível, e pras crianças funciona demais, as coloca muito mais “dentro” da viagem, muito mais dispostas, donas do passeio e abertas ao que aquele lugar pode nos trazer… Mas o pequetito, não sei se por causa do cansaço, da novidade ou do dramin, saiu do apartamento reclamando, dizendo que não queria ir, “eu vou ficar aqui sozinho”. Foi arrastado, segurando o passo e só manifestava algum entusiasmo quando podia subir em alguma mureta e andar equilibrando um pé na frente do outro.

Acontece que logo ali, depois da esquina, tem uma pracinha, e quando chegamos na pracinha o irmão foi no mercado com o papai e o tio, e a vovó foi levar a cachorra pra passear, e restamos só nós dois - eu, ele e o parquinho. Fez que não primeiro, eu dei a ele o tempo que precisava, mas depois foi conhecer a “areia verde”, e em pouco tempo me fez lembrar de como é ter um menino de quatro anos, que acha graça no chão colorido. Me lembrou do quanto vale um parquinho, desses mais simples, um escorrega, uma ponte de madeira, um balanço simples. Entre tantos estímulos e boas oportunidades oferecidas pelo irmão mais velho, eu tinha me esquecido que ele gosta de cada detalhe ali, que morre de rir quando o balanço o puxa de volta pra trás, que se sente orgulhoso porque agora escorrega sem medo, que pula de alegria na ponte imaginando alguma aventura que eu não conheço. Foram 20 minutos de atenção exclusiva, meia hora no máximo, mas a careta foi embora (por hora), e eu ganhei um monte de beijos.