Dia 5/52

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(Dia 5) Lembro da primeira vez que fomos nesse consultório. Mudou um pouquinho a decoração, mas deitamos naquela cama um bebê de menos de 50cm, e quase tudo era motivo de insegurança: o jeito de respirar, a posição em que ele dorme, a frequência das golfadas, o choro que parece dor de barriga e as pessoas decidem que é, a vacina que precisa tomar, etc, etc, etc… Pesar todo mês, depois pesar de tempo em tempo, acompanhar o ritmo da fala, os passos, as dores que ele mal explica onde são, a febrinha que aparece vez ou outra… a chegada do irmão. Outro bebê que pesava menos que um pacote de arroz, que cabia ali naquela balança, mas nesse caso as dúvidas eram menores um pouquinho, porque a gente vai ganhando alguma segurança, vai assumindo um pouco mais a nossa forma de cuidar, apesar de saber que cada um tem sua maneira de crescer, e que cada um vai trazendo perguntas que você nem sabia que existiam… Respondemos algumas, outras tantas ficaram lá atrás, e o que importa é que hoje entraram pela porta sozinhos, já logo avisando que não estão doentes, que vieram só “aproveitar a folga das férias pra ver se estão crescendo direito”.

O menino subiu na cama primeiro, e achou graça quando o pediatra disse que ele era, há pouco tempo, do tamanho do osso da própria perna. “Tá vendo esse osso aqui, ó?” “ É sério? Ahahaha” Depois respondeu por conta dele a todas as perguntas sobre seu corpo e suas sensações, e aí convidou o irmão, que ainda fica um pouco desconfiado. Peito, ouvidos e garganta ok, e agora falta a balança e o medidor de altura, pra gente continuar desenhando o gráfico que mostra que cada um cresce do seu jeito… E preciso dizer que pouca coisa é mais inspiradora do que ver crianças pulando pra comemorar os centímetros a mais, que ganharam assim, de repente, entre uma consulta e outra… “Viu? Cresci sem eu nem notar, mãe!”