Dia 34/52

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Já contei algumas vezes que eles brigam, e de vez em quando pode ser bastante dramático, mas alguma coisa acontece quando estamos nessas aventuras fora de casa que vivem em um surpreendente estado de paz. Passaram as últimas 24 horas sem uma rusga sequer - um com o outro, porque do resto do mundo reclamaram um pouco -, e muito pelo contrário. É como se se tornassem a casa um do outro, em função do tamanho da novidade que é o entorno - uma língua que a gente não entende, um cheiro que a gente não sabe do que é, placas que não nos dizem quase nada. Viram, por amor e circunstância, os mais excepcionais parceiros, uma referência forte e gostosa na rotina sem rotina do irmão. 


Eu dei algumas ideias, mas foram eles que construíram, ao longo do dia, as brincadeiras que deram fôlego pros passeios, e foi deles que vieram os mais suaves diálogos ao longo do nosso dia tão comprido. O pequetito reclama de andar, resmunga quando a gente estica o programa, e eu argumento como posso, dou colo enquanto posso, mas, no fim das contas, quem vira a chave dele, quem transforma a lamentação em risada, é sempre o irmão. Foi o irmão também que conseguiu cessar o choro que ressoou no museu depois que a lente da câmera bateu na testa do pequetito, e ele que mostrou que dava pra brincar de “chão é lava” nas pedras do Fórum Romano. O que eu sei é que não é mole colocar todo mundo na rua pra passear, mas eles me ajudam demais a chegar ao fim do dia...