Dia 25/52

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(Dia 25) Nosso programa começou torto, coisa que aliás não é muito rara, com criança gritando que não quer ir e mãe quase desistindo… Sério, quase deixei pra lá. Eu tinha planejando nossa ida ao @museuferroviariojf , de cujo acervo eu já tinha ouvido falar e que oferece esta semana uma série de visitas guiadas, mas às 14h, com 2 crianças me dizendo que "museu é chato", quase desisti. Mas eu sabia de onde vinha esse discurso, podia ver a preguiça fazendo gracinha na nossa sala, e saí do jeito que deu - suada, com a cabeça a mil, já admitindo que talvez estivesse forçando… Aproveitei o caminho pra explicar de novo o que a gente ia ver, e os lembrei das tantas experiências gostosas que já vivemos em museus, dos mais distintos perfis. Depois disse que, se fosse chato mesmo, isso também é história, também ensina alguma coisa pra gente. "E aí a gente pode ir embora" 

Mas, depois que nos sentamos no teatro do museu, onde começou nossa visita, a única reclamação que ouvi do menino não foi direcionada a mim, mas ao irmão, "que fica me encostando toda hora e não me deixa ouvir". Os dois - e especialmente aquele que tem mais idade e mais propensão para ouvir histórias - deixaram pra trás toda e qualquer indisposição e entraram de cabeça na proposta (que vai muito além de mostrar as peças de um trem). Deram pulos de alegria diante da maquete que reproduz os arredores de uma estação antiga, e mantiveram os dedos levantados para perguntas e mais perguntas sobre os bilhetes, as placas, os antiquíssimos aparelhos de comunicação, as ferramentas, os lindos relógios, os sinos e até prataria que se usava nas locomotivas. Em pouco tempo já faziam associações entre as peças que se podia ver ali e outras tantas que já viram ao vivo, ou já usaram, ou faziam parte dos filmes. Já estavam, portanto, fazendo o melhor uso possível de um museu, que amplia e refina a nossa visão e faz com que a gente tenha olhos mais inspirados pra ver não o extraordinário, o que está exposto, mas exatamente o trivial, o que faz parte do nosso dia a dia. Da próxima vez que eles disserem que é chato, talvez valha insistir… 😉