Dia 17/52

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(Dia 17) - Estão aproveitando todas as últimas 24 horas de 2018 para brincar - brincar no chão, na sala e no quarto, brincar um com o outro. É esse o som, a cor, o cheiro e o tom da nossa casa nesta reta final de ano, o que me dá aquela sensação de que tudo está exatamente onde deveria estar (embora às vezes pareça um caos). Fiz algumas tentativas de chamá-los pra essa data, sugeri irmos juntos ao mercado, "vamos comprar uma delicinhas pra comer de noite", depois avisei que a vovó e as tias vem ver os fogos com a gente, e contei que vão poder dormir bem tarde, só depois da meia-noite, se quiserem, mas nada disso parece ter muita importância. De tarde forcei a barra, sentei com os dois na mesa da sala pra gente fazer uma "lista de resoluções" pra 2019, uma particular e outra pra nossa família toda, e até deram algumas boas ideias, mas foram escorregando, escapando da folha de papel pra voltar a brincar. Não aguentaram mais que 20 minutos.

À noitinha, desliguei o chuveiro e ainda no banheiro ouvi o diálogo que vinha do quarto, uma história em que todos os carrinhos tinham voz, faziam planos, iam e vinham no estacionamento colorido. Depois disso, foram pai e filho, cantaram músicas e mais músicas no microfone de plástico, desenharam super-heróis, criaram anedotas pouco engraçadas, gritaram, e gritaram muito alto. Às vezes, por um ou dois segundos, parece que estão brigando, mas se você olhar de novo, vai ver que o grito era de alegria - ou, se era um protesto, já foi, durou menos que o susto que você levou. Agora há pouco, chamei mais uma vez o pequetito na conversa, perguntei se ele lembrava que o ano estava acabando, e ele disse "não importa, mãe, eu vou viver uns 120 anos!" Eu ri e perguntei "o que você vai fazer com esse tempo todo, heim?", e ele não teve dúvida: "ficar brincando". Entendido, então. Que nossas crianças passem 2019 brincando. E que a gente tenha olhos pra elas, todos os dias!

Feliz ano novo!